terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Saberes

Certos seres descrevem coisas minuciosamente e assim subentendem tudo saber

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Suavidades



Quando nos encontramos cativos de algo que ainda está para acontecer, todas as atenções, as emoções, se voltam àquilo que temos em mente.
Madrugadas frias se sucedem na sutileza de dias enriquecidos.  O ansiar por suposta companhia, o aspirar por alguém vem a carrear ansiedade. Momentos de torpor, instantes estupefatos, somente em aventar que o encontro possa não acontecer.
Estar à mercê de alguém deixa o fôlego sôfrego, o coração disparado às emoções entregue. Estar ao sabor do momento, em  afoita conjunção leva ao torpor. Marcas que se alastram em vestígios assombrosos. Primaveras ardorosas corroboram em angustiosa conspiração.
A serenidade só será vestida, quando a certeza chegar, que tudo que foi planeado se concretize.
Ser dádiva ou ser prenda vai depender daquele que virá.
Dependências se estabelecem, assim como se preparam as alfombras.
Laís Muller
Brasil

Solturas

Quando nos desvencilhamos de mais um nó
é um pedaço de nós que se liberta

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Esboços



Muitas de nossas aventuras começam a ser delineadas pelo pensamento.
Encantar-se com ideias, dourar ideais a serem atingidos é uma meta constante em nossa existência.
Quando abstraídos nos pomos a contemplar fases passadas, etapas já vividas é como se vivêssemos de novo os mesmos episódios. A contemplação de cenas de nossa memória vem a reavivar aquilo que já vivenciamos, e desta forma, agora temos uma maior compreensão dos fatos já ocorridos e a certeza que não foi em vão que assim sucedeu.
Cada etapa revivida, trazida à tona de nossa consciência de episódios que já vencemos ou não, nos traz um delinear de passado, presente e futuro. Onde tudo se torna atual, como se estivéssemos repassando e trazendo ao presente ocorrências antigas.
Passado e futuro se constroem. Bem ou mal interpretados por nós próprios, personagens centrais da grande epopeia ainda a ser construída.
Reconstruir o passado, arquitetá-lo é vivê-lo por duas vezes, e consequentemente garantia de um futuro mais próspero, melhor compreendido e delineado, e portanto mais satisfatório.
Seguir à risca onde nos levam os devaneios, as abstrações, faz um imenso bem e aflora a nossa precária compreensão das cenas discorridas.
Laís Muller
Brasil

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Olhar Profundo



Olhar Profundo
O olhar vago muitas vezes demonstra coisas aparentes.
A vaidade habita em cada ser ainda vivente nesta Terra. Todos almejam ser bonitos, interessantes e chamar a atenção sobre os seus encantos. Por isto tantas lides, tantas funções são dispensadas em favor à aparência.
Uma aparência agradável é sempre requerida com pequenos cuidados que nos dispensamos, com o intento de sermos aceitos por uma sociedade mais envolvida aos valores que uma bem cuidada aparência requer.
Chocar com maus tratos à imagem, não deixa de ser o reverso da moeda, pois tornar-se disforme também não deixa de ser uma forma de chamar a atenção sobre si.
Muitos envolvem-se à fundo sobre a imagem cultuada no presente e aí as formas aparentes variam. A moda incide sobre as características de uma época, e ao olharmos ao retrato fiel de um determinado tempo, podemos dizer que estes seres estão inseridos nesta ou naquela década .
O físico de nós exige muito, despertemos o nosso lado mais arguto para valorizarmos os atributos que temos, façamos destes nossos pontos fortes, e não busquemos um ideal de beleza impossível de alcançar.
Ser mais robusta em algumas décadas, mostrava-se galante, porém após um certo tempo sermos esguias ou mesmo esqueléticas veio a ser uma forma moldável e requerida de cada ser que se preze.
Demos mais culto ao nosso envoltório interior, sejamos interessantes interlocutores, sejamos pródigas companhias, que muitos sorrisos com certeza angariaremos em nosso favor.
A frugalidade da aparência através  das décadas é substituída . Em um curto espaço de tempo, mudam-se os padrões de beleza estipulados, por uma sociedade que não valoriza o individual. Cada qual deve valorizar aquilo que possui de melhor.

Laís Moreira

Transpor



Transpor

Muitas venturas podem ser encontradas vida afora, quando os intrépidos sentimentos nos invadem de modo irresistível.
Novos fatos se descortinam além dos horizontes por nós já conhecidos, e desbravar o que ainda é mistério é alargar as potencialidades do ser.
Seres eruditos, seres que cumpriram difíceis missões junto à humanidade tiveram de transpor os portões que os atavam a um mundo conhecido e baseado em ideias tidas como certas.
A dúvida, a observação constante nos transportam para além das nossas estreitas fronteiras e para isto se requer uma certa dose de intrepidez.
Se todos vivessem uma vida pacata e dentro dos moldes estabelecidos, onde residiria a coragem?
Desafios são necessários para aprumar os nossos sentidos e quanto maiores os vendavais, maior o nosso senso estrito de alargar as concepções.
Sair do casulo, sair dos portões, envolver-se em atmosferas desconhecidas, daqueles  velhos jargões vigentes, nos levam um bocado de maus momentos, de difíceis passagens através dos portões, onde se ficássemos retidos, somente dentro do estabelecido, a mediocridade vingaria para sempre.
Ser intrépido é ultrapassar  barreiras, abrir, sair, descortinar, assegurar-se que o horizonte não é limitado e aventurar-se por fronteiras vizinhas, onde quiçá encontraremos o Eldorado.
Serenidade, averiguação, sensibilidade, esforço em doses maciças àqueles que não concebem que o mundo seja apenas aquilo que conhecemos.

Laís Muller
Brasil

Entre as Flores



Entre as Flores
Recantos amáveis  como convidativos espaços, por nós  cultivados, são importantes para aqueles que deles conseguem usufruir os encantos , como também as alegrias multicores .
 Uma manhã bem desfrutada, num jardim caseiro , preenche os convivas de perfumes, de aromas, cores que saltam às vistas quando observadas.
Sossego, paz e compreensão, podem estar bem ali, ao nosso alcance e com todo o recato possível é formado um ambiente pacífico de harmonia.
Só o abrir as janelas e deparar com um mimoso espaço, nos torna mais sensíveis às miudezas da vida, bem como aos pequenos prazeres que existem, aos que têm o requinte de apreciar.
Vias lúdicas, multicolores, saliências e canduras são como manhãs de verão, que ao contemplar verificamos quão perto de nós estão.
Recantos encantados podem estar ao nosso redor. Desfrutemos pois os pequenos prazeres familiares, que a todos promovem lembranças, horas, dias, verões, doces recordações.

Laís Muller
Brasil