sexta-feira, 29 de maio de 2015

Inatividade


Inatividade
Passagens em sequências sagazes se fazem a todos.
Estar aparte do jogo, dos anseios, reservar-se, não tomar parte da sintonia, que nos agarram em forte embrace, é não tomar parte da vida.
Responsabilidades e competências, delas são feitas as existências.
Falhar, abster-se, faz parte dos tormentos; seguir trilhos não designados.
Exceder o trivial, aquilo que está constituído, e ter sede de coisas frouxas, levam a um decaimento impróprio e duro.
O tempo é indelével e nos deixa marcas.
 Embriagar-se ao sabor das rodadas, deixam o saibo que a vida é nada.
Inconstâncias, dezenas delas, por aí estão, nos velhos tempos ou nos dias do então.
 Sempre haverá desvios de percurso, que longe de remediar, de resolver ou solucionar; deixam o amargor, o gosto nefasto , o fastio e o dissabor.
Vidas aí estão para serem assumidas.




Simpatias



Simpatias
A idade vai nos transformando em seres melhores, de acordo com as escolhas realizadas.
Não aceitar a idade, querer ser e aparentar eternamente jovem, é fato corriqueiro que podemos perceber.
Não aproveitar as facilidades para certas atividades, ao contrário do que supúnhamos , a idade vem a acrescentar, ao invés de diminuir.
O que se torna mais difícil na parte física, como a lentidão para exercer certas funções, é compensado pelo tempo disponível, que se faz ampliado. 
E isto se bem aproveitado, pode se considerar como uma grande regalia.
Usufruir bem o tempo disponível, o tempo acessível que tem, é uma maravilha quando bem compreendido.
Pode-se diferenciar em duas categorias, o velho e o ancião.
O ancião, que encanece os cabelos, onde o olhar se faz aprofundado, é um ser culto e fecundo, mesmo que sua escola tenha sido só a própria vida.
Sabe compreender, ensinar, abrilhantar, onde estiver.
Já o velho, aquele em que o ônus dos anos desperta revolta, passa carcomido por esta fase , e o mau humor, a ociosidade, vêm fazer parte dos seus dias, experimentando dissabor.
Sejamos voltados a uma velhice bem resolvida, onde as capacidades podem ser acolhidas, utilizadas, e não tolhidas.
É o velho que ensina e apregoa só o amor!


sábado, 23 de maio de 2015

Celebração




Muito afora dos nossos sentidos, desperta a aurora. Qual o eldorado é o ideal que nos direciona.
Tal bússola, a indicar o norte, o sentido da vida, a tramontana, móvel a constatar, que estar em guarda é dissabores evitar.
Canções matinais vêm despertar, cada simples mortal, que se disponha às sendas previstas.
O itinerário está marcado, sigamos as serenatas, as serestas, os corolários, que nos iniciam a cada estação.
A cruzar mares, a debelar-se ao oposto, a seguir o bom gosto, ao ardente chamado;
Chama e conclama a uma levitação!

Temeridades




Temores
Temores são tantos, desde o dia em que nascemos , até o dia da partida deste globo.
Tudo é alheio, tudo é incompreensão.
Ao aportarmos no planeta, contamos com o esquecimento do que fomos. E isto não deixa de ser uma bênção, uma bendição para o nosso novo papel neste mundo.
Sovinices muitos encontram de carinhos, o que leva ao desafeto e este para a intranquilidade, e para a inconfiabilidade é um perfeito trampolim.
Estar só, perdido e desamparado, é causa de pavor, é uma calamidade para aquele que o experimenta.
Confiança seria o oposto, é o caminho mais seguro, e se estabelece através as alianças, dos sentimentos fortes, das amizades, dos afetos profundos que levam à ternura, à candura, à afabilidade.
Enquanto formos rivais entre nós , e não nos vermos e tratarmos com doçura, a confiabilidade não vinga. E estaremos reféns deste desalento, que vem a ser o medo, o pavor, por não esperar que só boas coisas pudessem  ocorrer.
O medo é um vilão, tolhe, encolhe,  mingua. Um sentimento que profana a alma, por ser contrário ao expandir.
Quem o sente recolhe para si todo o pavor, toda desavença e a falsidade daquele que o produz.
Cenas violentas nos jornais diários, no cotidiano incendiário, que percorrem as ruas, entram nos lares pela mídia.
Vêm inflar, vêm insuflar, que todos nos encontramos à mercê, desamparados. E que alheios estamos, ao que no momento vindouro, poderá eventualmente ocorrer.

Sentimentos






Sentimentos
Quando nos encontramos em perigo iminente, quando a dúvida vem assolar nossos corações, teçamos uma súplica ardente, que se faz em nossas próprias proporções.
Sem a chama que nos liga ao Alto, ao escuro, ao relento, nos encontraremos.
Chama acesa é aquela que liga, que ressoa, que chama, mão amiga em agraciamento.
Pedir por calor, conforto, abastecimento de energias, força e coragem, é deveras saudável.
Pedir absurdos, o que não nos é cabível, é saber de antemão , que nada teremos em resposta.
“ Pedis e obtereis” este vem a ser um enunciado frequente e capacitado de melhores entendimentos; pois, de acordo com o que pedirmos, receberemos. Não nos esqueçamos que a vida é composta de trocas, e não deixaremos de receber tudo aquilo que emitimos.
Leis sábias, régias e mestras regem a vida.
São princípios universais, que nos tangem a todos, a todos abarcam, nada é aparte.
Sortilégios e danos, como bonanças e esperanças que não se descartam.
Primaveras e romarias, podem ser emitidas em uma simples súplica briosa. Maravilhosas sensações de calmaria, bem como eflúvios e bênçãos.
Tudo é recíproco, tudo segue em alianças solidárias às leis universais.
 Cantares preciosos, como lúgubres desencantos, tudo faz parte das passagens.
Saibamos pedir, bem como agradecer aquilo que temos, aquilo que somos, ao que nos foi dado.
Ser grato é valorizar a vida sem queixumes, mas com carinhos todas as bênçãos , como também os tropeços e as dores que nos purificam.
Se recebes isto, mas aquele recebe o oposto, talvez este viesse a ser o melhor caminho proposto, para cada qual, nesta exata hora.
Não nos fixemos a julgamentos prematuros, sejamos mais puros e brindemos aos céus a perfeição com que vida nos brinda, nunca isola.
Conforta e inunda em eflúvios, todo aquele que em perfeita sincronia, vem repetir versos modestos em louvores.
Louros tantos se derramaram em desencantos. Ópio são da sociedade.

Que nos afastemos das inúteis saciedades e procuremos o cadinho profundo, que de venturas é o nosso íntimo mundo!


                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Santuário



Em meio às árvores embrenhar-se, não deixa de ser fascinante.
Murmúrios, sons, burburinho.
Tudo é vida, é festa, é realeza.
Berço, Natureza, vicejar em flor.
Sonhar ao olhar para cima, onde o Sol permeia com seu manto este esplendor de vida.
Tudo é sagrado, tudo é meticulosamente programado.
Cada inseto, cada flor, a cada novo passo, um sonho encantador.
Sorver o aroma dos musgos, as cantigas dos grilos, tão triviais. Tudo ecoa, tudo se repete, tudo é louvor ao celestial.
Natureza, canção, festa e entonação.
E o sondar dos regatos, das nascentes reluzentes a escoar gota a gota, componentes do frescor.
Ai a brisa como é doce! Nestes locais toca flauta.
Incendeia-nos com uma chama ardente, que vem num repente, de respeito e ardor.
Sábia Natureza exala beleza e festa.
Imbricações de uns aos outros.
Todos os componentes aí estão!