sexta-feira, 6 de maio de 2016

Marcas




O tempo, em suas insígnias, deixa marcas fidedignas, em vestígios permanece, remanesce às raízes.
Plenitude e canção, indícios felizes são, intrépidos petizes, fileiras matrizes das tradições.
O conchegar dos prometidos, um ao outro vinculados, o casamento os aguarda, o namoro corre solto, absolto o casal predestinado.
Sorrisos e arrulhos, paz e louvores, herança e orgulho, são premissas multicores.
Tradição forte marca o rumo, e a sorte está nas mãos, nas vidências e presságios, azo mágico, embaralha o coração.
Nada é frágil, o tempo é hábil, forma a ordem ao rigor, soa o amor, a clave e chave, a roda abre no pendor.
Sonhos claros de quimeras amenizam a longa espera, o trevo verde de esperança, plena a taça de bonança.
Primícias em melodias, tal moedas luzidias, carícias sob as estrelas, luz que esparze alquimias.
Alianças ao vento, som e ventura ecoam pelo firmamento, Sol e Lua, ouro e sal, a saudar a cada dia, o prelúdio nupcial.


terça-feira, 3 de maio de 2016

Romance




Romance e insinuação iniciam com vermelho.
Cor e rubor aditivos são, de que se valem os folhetins, em paralelas projeções em carmim.
Sugestivas são as belas, das populares novelas, tanto quanto nos contos eruditos, que se aventuram ao inaudito.
Irônicas ou simpáticas, figuras enigmáticas, que tapeiam a desventura na sombra de um leque, onde a candura da face pode representar um blefe.
A cor modela, todas elas, senhoras, donzelas, trajadas em gala, na seda que farfalha resplandecem adornadas, de cetim cravejadas. Ombros desnudos, insinuantes, lábios carnudos, batom berrante, compasso ardente, que mascara, onde quiçá a tara é de uma frieza cortante.
Segredam, ou talvez não se importem de se portar, como figuras pictóricas, imagens alegóricas, que do real carecem ser, mas se parecem como o social deseja ver.
Poço de desejos? Quiçá na pose, que nada tem de seu, e que somente oferece a face oculta da gazela, que vai à luta e engambela cujos ensejos perdeu.
Envolta em púrpura e galanteios, emblemática em vermelho, habita um mundo acrômico, sem separar o antagônico.
É carmim, a dúbia imagem no espelho, rodeada de luz no camarim, onde as mazelas se escondem por detrás de imagens belas!
Laís Müller