sábado, 8 de outubro de 2016

Voláteis





Sons, que invadem os corações, afáveis alvitres emanam a adentrar no silêncio.

Voláteis como o ar, da audição não carecem, e se aboletam no imo.

Madrugadas, doces aliadas do mundo invisível, onde os rumores são inaudíveis e as canções se repercutem em notas, que não se ouvem, mas que se fazem perceptíveis. Manhãs carinhosas invadem o despertar ameno, onde a paz e a constância vêm contar de alvissareiras bonanças.

Em meio ao silêncio notas evolam, numa construção melódica, onde as palavras são meras coadjuvantes incultas, e o pensamento impera. Inaudíveis sons, em metafóricos sentidos, desprendem-se dos pensares, e canções murmurantes corroboram com a festa, onde inaudível orquestra paira no ar.

Canções, corações interligados entre si, através de ressonância, vêm se unir, onde o repercutir é viço e a esperança o ponto forte, onde ondas de harmonia povoam em liras imperceptíveis vibrações.

Vozes vivas e velozes repercutem, vibram e alisam os sentidos, de doces amigos, confidentes fiéis dos nossos ais.

Linda melodia, que se evola pelo vento, traz em cada nota um alívio, um canto ritmado de uma legião de rouxinóis.


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Jornada




Sobranceiro e caprichoso caminho, forma esboço em torvelinho, não se atina o colosso imbricado, onde a trama feito um fado, o andeiro levará.
Onde estará na lembrança, o previamente traçado, aquele que era a esperança, sem desvios no palmilhar?
Como de um rio o leito, o trajeto é feito, discretos rastros remanescem, aparecem e evanescem. O destino esculpe com precisão, o vaticínio leva pela mão, infalível, impossível se furtar e uma passagem burlar.
Brumas em nevoeiros, envolvem a trilha do jornadeiro, mas a recognição brilha, indefectivelmente rutila, ante a aproximação dos fatos , que certamente virão.
O caminho é próspero, rico em bonanças, que se retenha na lembrança alacridades, e olvidados os desencontros, ouvidos moucos, desilusões, não restando nem saudades.
Atraentes desvios se oferecem insistentes, com promessas duvidosas de regalias. A pressa é pressuroso desafio da vaidade, mas nem sempre garante a felicidade.
Caminhar fiel a si mesmo é força que aviva, é a força viva de bem conduzir a própria vida.

Laís Müller
Brasil