quarta-feira, 24 de junho de 2015

Sentinelas

Sentinelas
Num prosaico dia de céu azul, em expectativa que assim se prolongasse, surgem ventos fortes e transformam o panorama edificado.
A vida é igual!
Muitas vezes somos compelidos a continuar nossa caminhada na mesmice, mas eis que aparecem interferências,  modificando o curso, num raro momento.
Ocorrências momentâneas, surtos vêm em coletânea, pequenos percalços  vão mudando os nossos panoramas.
De mudanças a vida é feita!
E nos apossarmos delas, rumo à felicidade, é não se deixar  aterrorizar frente a um revés.
Mas sim, integrar-se, sem maiores pretensões e compreender o que a vida quer nos dizer, por sua vez.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Os Simples






Manhãs radiosas, coro de anjos que nos entregam seus bálsamos, são esperanças que se renovam misteriosas.
Vendavais se alternam às bonanças.
Idílicos dias, sorrisos e flautas, são por nós festejados ao sentir certa companhia.
Canção especial é aquela que com segurança e perfeição, temos o refrigério de senti-la no coração.
Todos têm acesso ao idílio, a sentir o frescor da brisa, que nos convida a um eterno festejar.
Louvar a vida é enobrecer.
Ricos e pobres, bem como cultos ou ignorantes, têm entrada  às paragens do além.
Fechar os olhos, abrir as cortinas e imaginar um mundo assim.
Onde a arrogância e a cobiça não fazem sentença.
Onde a vida é vivida de modo especial.
Simplicidade e carinho, onde a esperança é canção, onde a meta é desviar desilusões.
Sentir-se bem na companhia de alguém é presente do céu.
Manhãs carinhosas, de afeto e candura, são suaves delícias, onde não se necessita magoar ninguém.
Sem perjúrio e ganâncias, um mundo puro e de esperanças, é um sonho que podemos cultivar, ao envolver-nos na energia singular.
Na simplicidade da palha, um sonho campestre, regado a migalhas, onde a opulência não tem vez, somente a doce altivez.
Nobres em singelas vestes esparzem brilhos num doce idílio para o coração.







terça-feira, 16 de junho de 2015

Inferno







Tal chuva preciosa, assim aqueles melodiosos jovens, tiveram seus dias de glória.
Meticulosamente, a história vem talhada em fadário.
Tempo opulento, enfatuado.  O marido, a esposa e o cunhado.
Veio então a traição, a tragédia, o assassinato sangrento.
O herói na viagem,  que aos círculos desce, estremece ao encontrar, aquele outrora casal, no Vale dos Ventos.
Ali, os dois face a face.
Um frente ao outro. Paolo e Francesca, agora em corpos disformes.
O controle é perdido, o canto reconhecido, o traço, o abraço dos jovens amantes.
Inquere o herói em comoção, qual o motivo da traição.
O beijo fora na lenda inspirado. O livro então declamado conspirou a atear, a malfadada paixão.
Fora do paraíso estão.
E naquele círculo fechados, até Dante desfalece, inflado em copiosa compaixão.