domingo, 29 de março de 2015

Afundar


Afundar

O ideal vem a ser o estandarte que nos diferencia, e cada qual poderá ter ou não, persistir ou não em um ideal que se faça generoso.
Nas vias de acesso, nas contrapartidas que a vida nos dá, vieses se encontram em todas as partes , e pelos quais podemos não passar.
Estagnar, ficar paralisado num estágio, pode ser considerado como um deserto improvável de se cruzar.
A aridez vem a ser uma marca concreta da desesperança. Quem não sonha, não se eleva. Quem não tem metas prodigiosas ficará a estagnar ali, num atoleiro, numa passagem crucial, que não foi encarada de modo perfeito.
Na vida , os reveses existem, e hão de persistir enquanto não soubermos ultrapassa-los, pois se ali estão, certamente haverá uma razão plausível ou não para nós, no instante devido.
A nossa incapacidade de compreensão leva estas passagens a se perpetuarem, e os reveses podem ser compostos de desencantos mil, de selvas intransponíveis de seres hostis, como também de deserto febril que vive dentro de cada um.




Símbolos

Símbolos

Símbolos, muitos dos quais vivem em nós, e quantos dos quais neles vivemos.
A cultura nos vem das gerações. Décadas, séculos, milênios são precisos para uma transformação mais profunda na linha dos pensamentos humanos.
Nas eras mais remotas o misticismo vinha a imperar como soberano. Por falta de conhecimento, muitas lendas eram tomadas como reais, bem como a seletividade vinha a ser quase nula.
Baseados através do que era repassado através das gerações, muitos figuravam ser reais personagens alegóricas. Somente com o descortinar dos tempos os mistérios ocultos, conhecidos por poucos, vieram a ser distribuídos aos comuns.
É normal que assim seja, A marcha da humanidade deflagra pensamentos que vão sofrendo transformações. E as culturas se sobrepõe, porém suas raízes podem durar milênios.
Sortilégios e sentidos nunca deixarão de existir. Calamidades insistem em comparecer na vida dos povos. Porém o auxílio é unânime.  A cada um, a cada qual sem restar nenhum.
Trombetas foram simbolizadas, bem como  baralhos para ler o futuro.
A amizade e a confabulação sempre haverá de existir. E cada qual se vale daquilo que tem, daquilo que possui de melhor.
Guerreiros bravos sucumbiram ao vendaval dos tempos. Vestígios por todas as partes foram deixados.
Altura e ambição, costumes e honrarias. A marcha dos tempos é incólume e não exclui nenhum ou ninguém.
Passamos por transformações constantes e munidos do sentido exato que nos conduz, que nos levará a tomar o fio da meada para desvencilharmos aquilo que tinha o sentido figurado. Esmiuçar, conflagrar, fazer parte daqueles audazes que não negam que a vida é bem mais do que demonstram nossos parcos cinco sentidos.
Gerações a postos aí estão. Símbolos todos que contam histórias de multidões.
Ambições por terra, sentimentos ao alto. E a premonição continua e continuarão a admitir que um só caminho nos levará ao além.

Não importa de que maneira seja percebido, o caminho existe e aí estamos para o encontrar.

Panorama

De quanto mais alto mais abrangente se faz a visão.
E isto realmente vem a ser uma constatação. Dos cumes a vista é alargada, não se prende a um mero ponto ou detalhe.
Visão degustada pelo nobre cavalheiro , que tomou a estrada ensejada, sem pudores ou menores intenções, foi ao ponto. Deu o seu melhor.
A vida nos leva a esta conclusão, quando não tentamos viver por um fato em si e por ele ter ganas de não evolver.
As esplêndidas miradas se fazem do topo, mas para isto houve certamente largas doses de coragem, ingrediente principal, para qualquer tentativa que tenha o brio dos vitoriosos.
A vista dos feitos interligados de um a um, de uma vida bem vivida, leva a uma contemplação, que tudo foi programado devidamente , numa lógica sequência de acontecimentos , até encontrar-se onde está e ainda para onde deverá ir.
Emboscadas para trás ficaram, a caminhada se faz segura, se baseada na linha reta, que evita o mordaz , que não olhe para trás com olhos de rusgas, mas sim com olhos fixos e firmes no horizonte meticulosamente delineado.
Vista abrangente e audaz deixa atrás dores e constrangimentos. Mas de que vale o ruir, se de brio somos feitos e de que vale o infortúnio a despeito de um momento destes?


Laís Müller

Brasil

segunda-feira, 23 de março de 2015

Sinfonias





Sinfonias
Repleto o céu de estrelas, de astros em pacífica convivência, tal orquestra que desponta, todas as noites em sincronia.
Ao olhar  o alto, um deslumbre é instalado, é de êxito coroada, a esplêndida harmonia.
Céu estrelado, com miríades de astros salpicado, rompe Vésper, entra Saturno , confidencia à Netuno qual o tom é o iniciado.
Imperceptível aos ouvidos moucos, a impávida sinfonia, maviosa em alegria, se revela cristalina.
Ao deslizar  em  sidérea  via, os corpos celestes derramam luz e energia, vibrando um som de estrelas, vem das galáxias em  chuva de prata,  que se rastreia, a  etérea sinfonia.


Cancioneiro



Cancioneiro

Na vastidão das noites, nas alegrias das pequenas reuniões, uma certa companhia poderá alterar todo o ambiente, modificando as vibrações.
É a música um veículo que carreia emoções. Afaga, como também pode deixar lúgubre o recinto onde se instala.
Primaveras e sorrisos combinam com reuniões.  Aportes faustosos, como manhãs que se abrem. Solenidades são brindadas com carismática figura, que ao dedilhar seus acordes, descortina carinho .
A integração constante entre o músico e o instrumento vai se tornando tão íntima, que parece existir um mundo entre eles.
Aos bons musicistas é aprazível fazer vibrar o seu próprio instrumento. Cada qual um som exala. E é preciso saber interpretá-lo.
Músico e instrumento, parceria de cada momento. Saboroso rejubilar de pássaros, de cantares, de companhias, de saudáveis exalares.
Um músico na estrada, modifica o panorama, dulcifica o ambiente, derrete corações alheios.
Ser veloz numa balada, ser capaz de outra rodada, e o distinto repertório, leva os que ali se encontram a voar por outros lugares.
O espaço se faz denotado, quando uma interpretação até nós vem, através dos mestres cancioneiros. Repassam o que sentem, as recônditas emoções, através das vibrações.

domingo, 15 de março de 2015

Outro Lugar

Arte de Safira Saldanha




Ser acorrentado a passagens cruciais que se fizeram lúgubres, dá  ao ser a possibilidade de transformar-se. Porém, para  galgar um novo espaço, terá de ter adquirido os méritos suficientes.
Vida é ascensão, esta vem a ser a grande verdade.
Corramos pois para correntes garbosas de vida que nos esperam . E para isto esqueçamos  os caprichos, as desavenças, os haveres supérfluos, toda a indignação no sentir.
Ser coroado de êxito é correr na estrada com ganas de vencer.
De galgar, de angariar os méritos suficientes para alcançar um lugar que seja pleno em gozos, em júbilos, mas para isto já teremos  percorrido uma larga escala de sofrimentos.
Sorver o mel, deixará certamente o fel a desejar.

A Saída



A Saída

Terezinha,  como chamavam a rapariga, gostava de dar suas saídas pela manhã.
Tantos atrativos a esperavam afora daquele mimoso portão, que abria desengatando a aldraba, já com os olhos fixos no que iria encontrar.
Naquele pequeno burgo onde vivia eram tantos atrativos, tantas pechas para entretecer, eram corações que em cada soleira a esperavam buliçosos.
Numa pequenina aldeia há tanto a  empreender. Era o que sempre frisava.
Como poderia deixar de visitar os arredores , se aquela rotina havia se pactuado por tantos anos?
Se um dia não efetuasse a sua ronda, que era infalível,  pensariam que adoeceu. E nesta concordância, não poderia deixar de dar seu matinal passeio.
Ah! E o quanto era realizado nestes , nem de leve imaginamos...