Afundar
O ideal vem a ser o estandarte que nos diferencia, e cada
qual poderá ter ou não, persistir ou não em um ideal que se faça generoso.
Nas vias de acesso, nas contrapartidas que a vida nos dá,
vieses se encontram em todas as partes , e pelos quais podemos não passar.
Estagnar, ficar paralisado num estágio, pode ser considerado
como um deserto improvável de se cruzar.
A aridez vem a ser uma marca concreta da desesperança. Quem
não sonha, não se eleva. Quem não tem metas prodigiosas ficará a estagnar ali,
num atoleiro, numa passagem crucial, que não foi encarada de modo perfeito.
Na vida , os reveses existem, e hão de persistir enquanto não
soubermos ultrapassa-los, pois se ali estão, certamente haverá uma razão
plausível ou não para nós, no instante devido.
A nossa incapacidade de compreensão leva estas passagens a
se perpetuarem, e os reveses podem ser compostos de desencantos mil, de selvas
intransponíveis de seres hostis, como também de deserto febril que vive dentro
de cada um.